Como é que esta paixão pela Física se iniciou? Ainda se recorda da primeira vez que ouviu falar da Física?
Sim. Quando me iniciei na modalidade de ginástica, aos 6 anos com o professor Sequeira da Silva. Como campista da Física, desde muito pequena e até à idade adulta. Mais tarde comecei como atleta do basquetebol aos 11 anos até aos 26/27 anos, com interrupção enquanto estive grávida e posteriormente a minha filha com 2/3 anos era a “nossa mascote” e acompanhava-nos para os jogos.
Já como atleta, como foi a sua experiência no basquetebol da Física?
A experiência foi das melhores da minha vida. Éramos como uma família, uma segunda casa, era amor à camisola. Algumas das vezes éramos nós que pagávamos para comer após termos jogado, conduzíamos as carrinhas da Física para os jogos, eu e a Eduarda. Passámos momentos únicos que recordo sempre com muita saudade.
Como profissional, a Cristina teve funções no departamento de sócios da Associação. Quais os maiores desafios que encontrou?
Passei por alguns departamentos. Desde 1983 na secretaria da Física onde tudo era concentrado ali. Depois passei para a antiga receção das piscinas onde fazia de tudo um pouco. Estive alguns anos no departamento da Fisioterapia onde fiz muitas amigas, o tratamento direto com os doentes era muito gratificante e bem diferente do atendimento de onde tinha vindo anteriormente. Em 2016 passei definitivamente para o departamento de sócios (administrativo e financeiro). Os maiores desafios foram, devido à deslocação para os vários setores, começar praticamente do zero (na Fisioterapia foi mesmo do zero) e também lidarmos em algumas situações com o público em geral, muitas vezes tão diferenciado.
Iniciou uma nova fase da sua vida, do que é que sentirá mais falta da sua vida profissional?
Das minhas colegas e amigas que cresceram comigo nesta casa e com quem, desde muito cedo, partilhei momentos inesquecíveis enquanto colaboradoras, até todos(as) aqueles(as) que fui conhecendo ao longo dos anos — sempre tratei todos por igual, pois somos, antes de tudo, seres humanos, apenas com funções diferentes.
Para além de profissional, a Cristina também é mãe e avó. O legado da Física continuará na sua família?
Em cada momento como jogadora de basquetebol, representei a Física com muito orgulho: quando fomos campeãs nacionais da 2.ª divisão; quando recebi a medalha de mérito desportivo da Câmara Municipal de Torres Vedras; ao colaborar, durante alguns anos, com a Eduarda e a Nucha no Gimnoeste; quando, em 2023, recebi o Prémio Carreira; e em todos os momentos de aprendizagem — os bons e os menos bons — com todos aqueles com quem me cruzei nessa instituição.